Adolf Loos foi um dos expoentes do modernismo na arquitetura. Mas o que isso pode ter a ver com a cultura da elegância clássica masculina? Tudo, pois o que Loos pregava para arquitetura, Beau Brummell, antes dele, já pregava para as roupas masculinas: sobriedade, discrição, e proporções bem definidas. Loos, ele próprio, tinha também um grande interesse pela cultura da elegância clássica masculina, tendo escrito vários ensaios sobre sapatos, chapéus, e uniformes britânicos. Esses ensaios foram mais tarde publicados em alemão com o título: "Por que um Homem Deve Estar Bem Vestido" (Warum ein Mann gut angezogen sein soll). Talvez não tenha sido por acaso que Loos tenha projetado também, no início do século XX, uma das mais tradicionais e antigas casas de alfaiataria da Áustria - a Knize.
Um traço distintivo dos projetos de Loos era a total renúncia a ornamentos. Em um livro muito conhecido entre arquitetos, chamado "Ornamento e Crime", Loos defende uma estética da supressão dos ornamentos. Sua idéia era que a beleza de uma construção deveria ser buscada através do estabelecimento de elegantes proporções, e não através do recurso a adereços supérfluos. Esse mesmo princípio ele estende também a uma série de consideração sobre a estética das roupas masculinas, por oposição a das roupas femininas. Enquanto a roupa feminina ganharia beleza pela inclusão de ornamentos, a roupa masculina moderna primaria justamente pela renúncia a excessos, e pela minuciosa atenção às proporções.
sistema de proporções humanas usado por alfaiates -
repare que a altura da cabeça é a unidade métrica básicaAs proporções elegantes, no caso das roupas masculinas, são evidentemente aquelas que se estabelecem com as dimensões de quem as veste. Denominar alfaiates os verdadeiros arquitetos da elegância clássica masculina, portanto, não deve ser nenhum exagero...
Alguns dos ensaios de Loos sobre elegância clássica masculiana podem ser lidos aqui.
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