Como a maior parte dos ternos que se vestem por aí são comprados prontos, e como, além disso, os ajustes a que eles são submetidos são mínimos, o que se vê, de modo geral, é uma infinidades de ternos cujas proporções são dissonantes com as proporções de quem os veste. Um ponto onde a dissonância é especialmente freqüente e flagrante é a manga do paletó. A maior parte dos homens veste paletós com mangas muito longas, encobrindo totalmente o punho da camisa. Em um soneto, a última sílaba de um verso às vezes rima com a última sílaba de um verso que somente aparecerá duas ou três linhas depois, mas é isso justamente que confere cadência ao poema. Em um terno, o princípio estético é o mesmo: a gola e o punho da camisa, visualmente separados pelo paletó, devem “rimar”. Mas para que isso ocorra é necessário que o punho da camisa não seja engolido pela manga do paletó.
Mangas de paletó excessivamente longas são tão freqüentes, que por vezes pode se tornar um transtorno ter de convencer um vendedor, ou mesmo seu alfaiate, de que entre um e dois centímetros do punho da camisa devem estar visíveis sob a manga do paletó.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Manga do paletó
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