segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O "beau monde" carioca: 1920 - 1945

Livro de Alberto A. Cohen e Samuel Gorberg

A preservação da memória visual da cidade do Rio de Janeiro conta desde o início do ano com mais um título nas livrarias. Trata-se de "A Elite Carioca e os Fatos Mundanos no Rio de Janeiro: 1920 - 1945", organizado por Alberto A. Cohen e Samuel Gorberg (editora AACohen). O livro conta com um bom texto, e traz uma ampla coleção de fotos do dia a dia e dos eventos que animavam o beau monde carioca no período entre guerras. Por essa razão, o livro acaba sendo também um registro valioso do que as pessoas elegantes no Rio de Janeiro vestiam naquela época.


Hipódromo / 1934

Na maior parte das fotos se vêem homens, se não de terno e gravata, pelo menos vestindo um paletó, mesmo em situações prosaicas do cotidiano. Com o verão atualmente marcando temperaturas recordes, eu me pergunto se, naquela época, toda uma cidade poderia estar equivocada em questões relativas a roupas adequadas para o verão. Havia, é verdade, casos talvez bizarros, como o das senhoras vestidas de preto, com estola de pele sobre os ombros em um dia ensolarado no Hipódromo Brasileiro em 1934 (p. 73); ou o dos cientistas brasileiros trajando pesadas roupas pretas em 1925 a fim de receberem Albert Einstein, confortavelmente vestindo terno branco e chapéu panamá (p. 31, ver foto). Contudo, de modo geral, a impressão que se tem é que as pessoas se vestiam com bom senso, usando chapéus para se proteger do sol, e ternos claros, certamente de linho, como na foto acima, para lidarem com o calor sem perder a elegância. - É preciso admitir, no entanto, que em épocas diferentes as pessoas podem ter idéias
bem diferentes acerca do que conta como bom senso, preferindo, por exemplo, em nome do conforto, se besuntar de protetor solar e tostar a pele sob o sol de verão...

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