
Cary Grant na capa do livro de Umberto Angeloni
Não se trata de nenhuma obsessão especial pela bouttoniere, mas gostaria de retornar a esse tema, sobre o qual já escrevi recentemente. A razão para isso é que recebi há poucos dias um livro esgotadíssimo: The Boutonniere: Style in One's Lapel, de Umberto Angeloni. O livro de Angeloni conta com uma excelente seleção de fotos e ilustrações, antigas e recentes.
É incrível que se possa escrever um livro inteiro sobre um buraco na lapela do paletó. Isso não seria possível, é claro, se ao longo de mais de um século homens como Oscar Wilde, Santos Dumont, Luciano Pavarotti, ou Nelson Mandela não tivessem utilizado a boutonniere para exprimir individualidade e estilo com muita elegância.

A contra capa do livro de Angeloni é especialmente interessante, pois mostra nitidamente a alça que prende a flor por trás da lapela, a que me referi em uma outra postagem. Esse detalhe, evidentemente, não se pode esperar encontrar em um paletó comprado pronto. - Trata-se de uma prerrogativa do paletó sob medida.
Ao clicar sobre a foto acima e contemplar a imagem ampliada, você poderá perceber com clareza que o caseamento da boutonniere é um pouco irregular. Isso é um sinal de que ela não surgiu na linha de montagem de uma confecção industrial, mas nas mão de algum habilidoso artesão.
Santos Dumont com flor na lapela
O comentário espirituoso de Angeloni ao elegante pioneiro da aviação: “O engenheiro e aeronauta brasileiro Alberto Santos Dumont posa orgulhosamente com uma de suas primeiras aeronaves para um fotógrafo. A história não nos conta nem se ele usava flores na boutonniere durante seus vôos, nem como elas se comportavam sob o vento.”